politica social no brasil

POLÍTICA SOCIAL NO BRASIL: HISTÓRIA DA POLÍTICA
ISOLACIONISTA
Ivonete Alves de Lima Cavaliere - Psicóloga Social e Doutoranda em Política Social da
Escola de Serviço Social da UFF - e-mail ivonetecavaliere@gmailcom
Suely Gomes Costa - Doutora em História, Professora Titular do Departamento de Serviço
Social da UFF, Pesquisadora do CNPq e Membro da editoria da Revista Gênero. e-mail [e-mail]

Introdução
Este estudo trata da história dos direitos vivenciados por “leprosos”, a partir da experiência da política isolacionista que lhes tem sido peculiar. Além de pesquisa bibliográfica, foram feitos estudos da legislação social, pertinentes aos portadores de hanseníase. O termo “lepra” muda para hanseníase em documentos oficiais, numa tentativa de minimizar o estigma.
A hanseníase é uma doença milenar que afeta a humanidade desde épocas remotas, persistindo até os dias atuais. Além do aspecto desagregador, que constitui grave problema social, a partir do ato do internamento, durante e após sua alta hospitalar, bem como o terrível estigma relacionado à doença, há ainda o problema social recorrente, referente à pobreza e à desigualdade.
O presente trabalho analisa orientações presentes nas políticas sociais, especificamente nas da saúde, tendo por foco conceitos que formatam o modelo isolacionista no Brasil e seus impactos sobre os hansenianos, em geral, e para os pacientes que foram isolados compulsoriamente, em particular. Numa perspectiva “sócio-histórica”, debruça-se sobre a legislação pertinente e suas repercussões na vida dos cidadãos brasileiros, sem deixar de examinar o isolamento como uma prática social assentada em usos e costumes de longa duração histórica. Do mesmo modo, destaca a concessão de pensão vitalícia, em 2007, para os que vivenciaram o isolamento compulsório como indício de mudanças conceituais significativas no campo dos direitos: políticas até então centradas na perspectiva compensatória, agora assumem seu