poisia

616 palavras 3 páginas
Aula: 03
Temática: Linguagem e cultura

Durante muito tempo uma dúvida movimentava o universo dos pensadores e dos antropólogos: em relação ao ser humano, onde acaba a natureza e começa a cultura?
Esta dúvida também estava contida na indagação do filósofo inglês John
Locke (1632-1704): “o medo da criança na escuridão explica-se como manifestação de sua natureza animal ou como resultado das histórias contadas pela ama [?]”.
Do mesmo modo poderíamos perguntar: sem orientação e contato com outras pessoas ou fora do convívio humano, uma criança seria capaz de falar? Em parte, essa pergunta foi respondida pela experiência involuntária vivida pelas “meninas-lobo”. Em 1920, no norte da Índia, foram encontradas duas meninas que, até então, tinham vivido afastadas do convívio humano e criadas por lobos.
A menina mais nova parecia ter cerca de um ano e meio e morreu logo depois de ser encontrada. A mais velha, Kamala, tinha aproximadamente
8 anos e viveu mais nove. Quando foram encontradas, elas evitavam o contato com seres humanos, andavam de quatro, tinham hábitos noturnos, só comiam carne, não falavam e, para surpresa de todos, os seus rostos eram totalmente inexpressivos. Ou seja, longe do contato humano, a menina não desenvolveu a fala ou qualquer outra linguagem, como a gestual, utilizada pelos seres humanos para se comunicar. Após o resgate, durante o tempo que viveu com os missionários, Kamala aprendeu a falar, mas com dificuldades.
Em 1963, Lucien Malson escreveu um livro sobre “crianças selvagens” em que concluiu: “Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto de crianças isoladas.”
O caso de Kamala ou o de outras crianças que viveram isoladas do conLÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes,
1982, p. 42.

MALSON, Lucien Apud. RISCHBIETER, Lucas. A triste história das

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