plano cruzado
Sofrendo a ameaça de inflação crescente e explosiva e às vésperas de uma crise política, Sarney adota um plano de congelamento de preços instituindo o cruzado como novo padrão monetário.
Engendrado por um grupo de economistas oriundos da PUC do Rio, o plano serviu para legitimar Sarney na chefia do governo, já que ele tinha herdado o poder em março de 1985 depois da tragédia ocorrida com Tancredo Neves.
No início, o plano foi um sucesso. A inflação baixou substancialmente e os salários recuperaram o poder aquisitivo. O presidente Sarney e o então ministro da Fazenda, Dílson Funaro, tornaram-se heróis da Nova República.
O plano resistiu nove meses. Em novembro, seis dias depois de o governo ter alcançado uma esmagadora vitória nas urnas, o plano foi substituído pelo Cruzado 2, que decretou o fim do congelamento de preços. Em um só dia, os preços subiram até 120%, como no caso dos telefones e da energia. De milagroso, o Cruzado se torna o maior plano de estelionato eleitoral da história do país.
Edmar Bacha, 64, que na época do Cruzado presidia o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi um dos economistas com participação marcante na elaboração do plano, um dos chamados pais do Cruzado.
Desse grupo faziam parte Dílson Funaro, então ministro da Fazenda; João Sayad, ministro do Planejamento e quem levou a idéia do plano a Sarney; André Lara Resende, Pérsio Arida, Andrea Calabi, Chico Lopes, Eduardo Modiano, João Manoel Cardoso de Mello e Luiz Gonzaga Belluzzo. O grupo dos nove (excluindo Funaro).
Primeiro da equipe a deixar o governo, em 22 de novembro, um dia depois do anúncio do Cruzado 2, Bacha lamenta o fato de o plano não ter dado certo. Foi realmente uma