PIERUCCI, Antônio Flávio. A diferença faz diferença, ou: a produtividade socialda diferença. In: PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo:Editora 34, 1999. p. 119-149.

314 palavras 2 páginas
O autor começa o texto afirmando que a diferença, por si própria, provoca diferença. Ele foca então no movimento feminista para demonstrar como a diferença é socialmente produtiva.
No segundo momento do feminismo, ou “segunda onda”, incorpora-se a ideia de diferença de gênero, deste modo diferenciando a mulher do homem, o que não ocorria na “primeira onda” do feminismo, na qual havia uma forte presença do igualitarismo. A diferença de gênero queria mostrar que a mulher era diferente do homem. Tinha características diferentes, e que essas diferenças precisavam ser respeitadas e não inferiorizadas.
O que começa a acontecer então é a percepção das diferenças entre as mulheres. A bandeira feminista levantava a figura de uma mulher, a mulher universal: branca, heterossexual, burguesa, ocidental. Mas por trás desta existiam mulheres de outras classes, raças, culturas. Deste modo caiu por terra a ideia de irmandade feminina. Era imprescindível nesse momento, começar a levar em conta pelo menos duas variáveis de tantas que circundam o resto de mulheres no mundo, a raça e a classe.
O autor traz que dessas duas variáveis, a que mais pesou, talvez pela forte influência e poder do movimento negro, foi a raça. Fica conhecido então, pelas feministas brancas, o fato de que para mulheres negras, os fatores raça e gênero andam juntos. Escritoras e intelectuais negras começam a questionar aonde elas estariam presentes na luta das feministas brancas. Já que havia uma separação entre raça e gênero, ou seja, feministas brancas não enxergavam a negra como mulher e não enxergavam a si própria como pertencente a uma raça.
Termina o capítulo mostrando que o movimento feminista passou por três fases. Da igualdade para a diferença do feminino X masculino e desta para as diferenças internas, entre as mulheres. O momento é de elucidação das diferenças múltiplas de dentro e elaboração de formas de discutir essas e novas formas de diferenças.

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