Pessoa ortonimo

487 palavras 2 páginas
No entardecer da terra
O sopro do longo Outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.

Soergue as folhas, e pousa
As folhas, e volve, e revolve,
E esvai-se inda outra vez.
Mas a folha não repousa,
E o vento lívido volve
E expira na lividez.

Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E até do que hoje sou
Amanhã direi, quem dera
Volver a sê-lo! … Mais frio
O vento vago voltou.
O assunto do poema é a passagem do tempo e as transformações que esta provoca.

1º Momento o poeta descreve o que vê O sujeito poético começa por referir o Outono e os seus efeitos sobre a natureza, destacando o carácter triste desta estação, que provoca o amarelecimento do chão pelas folhas secas que caem das árvores «o sopro do longo outono/amareleceu o chão.»

O poeta sugere uma imagem do real que associa a "um sonho mau num sono", é a terra no seu fim, onde o chão "amareleceu" com "o sopro do longo Outono", isto é, a terra "foi varrida" por ventos, aqui sinónimo de conflitos, que fazem dela um lugar vazio, onde o homem não sente prazer em viver «na lívida solidão».
E como a terra se encontra em definhamento, e observando a luta que as folhas empreendem contra a força destruidora do vento «soergue as folhas, e pousa/As folhas, e volve, e revolve,/e esvai-se inda outra vez.», Contudo sem conseguirem vencer as contrariedades naturais «e o vento lívido volve/e expira na lividez.» também o sujeito poético se sente frustrado e triste, por não conseguir a estabilidade emocional que outrora teve, nem mesmo combater a solidão que nele se instalou.
2º Momento o poeta faz a passagem para o seu interior; análise do seu interior: frustração em relação ao passado, incapacidade de viver de acordo com o momento - só posteriormente se apercebe que esse momento não foi verdadeiramente vivido.
Na última estrofe, aponta-se o estado de espírito do sujeito poético que constata que também ele mudou «eu já não sou quem era;»

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