Pesquisa Pré-Textual

Introdução

O professor-doutor de Relações Internacionais Alexander Wendt, consagrado como uma das personalidades contemporâneas com trabalhos mais impactantes em teoria política internacional, tem empregado seus argumentos para a inevitabilidade da formação futura de um Estado global, em que todas as nações atuais constituiriam Estados-membros de uma ordem supranacional, esta possuindo autoridade e autonomia em todos os âmbitos, além do econômico, político e social.
Esta pesquisa irá analisar e questionar as condições em que o mundo se encontra atualmente, avaliando as possibilidades de uma real formação de um Estado-global em até dois séculos, tempo estimado por Wendt. Além das condições do mundo, também devemos olhar para a natureza do homem e tentar saber se ele conseguiria integrar um sistema baseado essencialmente na colaboração e, neste caso, em nível mundial.

Os Empecilhos para a Concretização do Estado Global

Compreendendo como as políticas internacionais evoluiriam até chegar ao Estado global, Wendt cria um sistema teleológico de cinco estágios: (1) de uma “ordem hobbesiana de estados”, guerra de um contra todos; (2) a uma “sociedade de estados” lockiana, sem intervenção alheia; (3) a uma “sociedade mundial”, marcada por resoluções não violentas de disputas; (4) a um “sistema de segurança coletiva”, de um por todos e todos por um; e finalmente (5) ao Estado global (EG), em que a autoridade sobre o uso da força e reconhecimento de povos reside unicamente no governo mundial.
De acordo com a Escola Construtivista das Relações Internacionais, a formação do Estado global é possível, mas de forma alguma inevitável. Ainda assim, Wendt, que se dizia construtivista, assume que o mundo integrará o EG de cem a duzentos anos a partir de hoje.
A formação do Estado global significaria a integração de todos os países sob um único governo, mas como seria possível tal feito em um mundo com tantas divergências regionais?