Pensamento sobre Moda
Proteção, enfeite e pudor é a base, as motivações originais para o surgimento das roupas. O corpo com artefatos decorativos valoriza o físico. O pudor, por seu turno, atua sob o imperativo de modéstia e sutileza ao expor o corpo. Sua proteção se destina à higiene e contra as adversidades e desventuras ambientais. Flügel também destacou que a moda manifesta “rivalidades” entre classes, gêneros e idades, isto é, ela aparta e nivela diferentes grupos sociais. A proteção contra a hostilidade geral do mundo no seu conjunto ou, de forma mais psicológica, uma garantia contra a falta de amor. Se estivermos numa atmosfera hostil, quer seja humana ou natural, tenderemos, por assim dizer, a nos abotoar, trazendo nossas vestes mais perto de nós. A proteção do corpo contra a sensação desagradável de frio no período pré-histórico, e posteriormente contra qualquer elemento ou organismo nocivo à saúde, é uma das razões fundamentais para se vestir. Devido à evolução científica, as considerações sobre higiene mudaram e o vestuário tende a ter uma ligação forte tanto física quanto psicológica com a proteção.
Em civilizações tropicais, a função original de enfeite ou adorno, descrita por Flügel está relacionada com a sua finalidade essencial de distinguir a aparência física a fim de atrair os olhares de admiração dos outros, demarcar hierarquias sob os demais como demonstração de poder entre eles. O autor cita habitantes indígenas para explicar os instintos exibicionistas natural da Humanidade embora o trabalho mostre alguma das realidades contemporâneas de enfeite como exposição sexual, rivalidade política, traje cerimonial e condição social entre outras.
Pode-se dizer que a essência do enfeite também é, de acordo com Flügel, “embelezar a aparência física, de modo a atrair olhares admiradores de outros e fortalecer a autoestima”. Ver pessoas utilizando conceitos, como marcas de roupas e acessórios, os quais demonstram