Pelo direito à beleza

23011 palavras 93 páginas
Introdução

Nós contamos histórias e nós nos tornamos as histórias que nós contamos (Spink,2008) O presente trabalho foi construído a partir de oficinas de teatro, realizadas diariamente durante 12 meses com cerca de 160 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, moradores do bairro N.A, na periferia de Londrina, e atendidos por uma ONG (Organização Não Governamental) de caráter socioeducativo. Teve como objetivo principal entender como e por que o trabalho teatral funcionava; compreender por que o teatro fazia tanto bem às crianças e adolescentes (e a mim) e ajudava a construir e expressar potência em meio à violência sofrida no cotidiano do bairro. O processo de entendimento do que estávamos fazendo e por que funcionava gerou uma interface de saberes (teatro, educação popular, pesquisa no cotidiano, conhecimentos situados) com o intuito de explicar academicamente o que estava acontecendo e, principalmente, de torná-lo útil para os educandos da ONG. O referencial teórico fundamental das oficinas se deu a partir das teorias de Paulo Freire (educação) e Augusto Boal (teatro). Como procedimento principal foram feitas as oficinas de teatro. O trabalho, contudo, não se limitou apenas aos momentos de oficina, nem somente às crianças, mas aos demais profissionais da ONG e aos moradores do bairro em geral, pois se trata de uma pesquisa influenciada pela perspectiva da pesquisa-ação e pelo olhar metodológico de Spink (2008), com a noção de micro-lugares e de campo-tema, a partir de cinco eixos de pesquisa: 1) centralidade da relação entre pesquisador e pesquisado, com ênfase na pesquisa-ação, na pesquisa colaborativa, participativa e na ética na pesquisa; 2) uso de múltiplos métodos sem preocupação com a triangulação ou validação mútua dos mesmos; 3) uso do referencial construcionista, situado em lugares e no tempo, ou diretamente o uso dos conhecimentos situados de Donna Haraway (que é o caso deste trabalho); 4) caminhar junto com as pessoas pesquisadas visando um

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