Paulo freire

1339 palavras 6 páginas
A SITUAÇÃO CONCRETA DE OPRESSÃO E OS OPRESSORES
Mas o que ocorre, ainda quando a superação da contradicão se faça em termos autênticos, com a instalação de uma nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que os opressores de ontem não se reconheçam com libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. Ë que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direitoantigo de oprimir significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear, ouvir Beethoven,enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome dodireito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitava nos milhões de pessoas que sofriam e morriam defome, de dor, de tristeza, de desesperança.É que, para eles, pessoa humana são apenas eles. Os outros, estes são “coisas”. Paraeles, há um só direito — o seu direito de viverem em paz, ante o direito de sobreviverem, quetalvez nem sequer reconheçam. mas somente admitam aos oprimidos. E isto ainda, porque,afinal, é preciso que os oprimidos existam, para que eles existam e sejam “generosos”.Esta maneira de proceder, de compreender o mundo e os homens (que necessariamenteos faz reagir à instalação de um novo poder), explica-se, como já dissemos, na experiência emque se constituem como classe dominadora.Em verdade, instaurada uma situação de violência, de opressão, ela gera toda umaforma de ser e comportar-se nos que estão envolvidos nela. Nos opressores e nos oprimidos.Uns e outros, porque concretamente banhados nesta situação, refletem a opressão que osmarca. Na análise da situação concreta, existencial, de opressão. não podemos deixar desurpreender o seu

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