Parsons

Estabelecendo uma perspectiva sociológica acerca da intervenção brasileira no Haiti, podemos objetivar tal situação a partir da teoria da ação social de Parsons, que é pautada no voluntarismo, tendo em vista que os atores abdicam de recursos disponíveis para alcançar um certo objetivo. Partindo do pressuposto que a intervenção realizada no Haiti foi dotada de uma imposição calculada, a partir do momento que o país é entregue as forças expedicionárias da ONU, sob liberança e comando majoritário do Brasil e de exercito, observa-se uma ausência de tal voluntarismo proposto na teoria de Parsons, principalmente devido ao fato da intervenção ter sido realizada contra a vontade do governo haitiano. Além disso, a teoria Parsoniana particulariza os objetos nos quais os atores irão se referenciar para tomar um curso de ação, ou seja, as ações sociais são precedidas de orientações que serão de extrema relevância para a tomada de uma decisão. De tal maneira, o governo Lula (atual governo vigente na época da intervenção), recebeu uma serie de orientações das nações unidas e da casa branca para que fosse definido o Brasil como o grande líder dessa empreitada no Haiti. Sendo assim, tais orientações recebidas pelo governo brasileiro, de acordo com o que Parsons define, podem ser consideradas a partir de uma situação especifica na qual os objetos físicos, que apesar de não serem uma ação correspondida diretamente a si mesmo, “são alvo das orientações dos atores como recursos ou condições para a ação” (PARSONS), ou seja, apesar do governo brasileiro não ter tomado a decisão de intervir por consciência inteiramente própria, o fato de estar inserido em uma ação, é explicado pela busca de interesses que estão de certa forma inerentes ao contexto principal da ação, como por exemplo, a busca por uma vaga permanente no conselho de segurança da ONU, bem como um maior reconhecimento