Outubro

Lembro de ter verificado umas cem vezes minha caixa de email, buscado por algum vírus nos spans ou alguma corrente não passada adiante. E tentei me recordar de todas as vezes que alguém me dava uma bala de menta no ônibus ou que me fazia ficar contando os passos para a cafeteria. Maluquice, eu sei, mas esse mês de outubro começara melhor que de costume, porque a Costa Oeste me trouxe uma pessoa, que voou para minha janela que nem as folhas caídas da árvore da sra. Manzu.
E eu estava muito feliz com aquilo. ­­­ Eu amo batata, e amo queijo. Poderia comer batatas pelo resto da minha vida. Batata e queijo. Os dois. ­­­ Eu prefiro Nachos com calda de chocolate e alfaces ­ fiz uma careta e continuei estalando as botas sobre as gramíneas que haviam no meio dos trilhos do trem. ­­­ Ei, não me olha assim! Você ia gostar se provasse. É como comer peixe. ­­­ Você está mesmo comparando chocolate com peixe? ­ ri para ele. ­­­ Ah, qual é, o seu nome é Zabela. Não vem falar que sou estranho não. ­­­ É Isabela! ­­­ Zabela. E esse nome me lembra cebola. ­­­ Eu até que cheiro bem. Não vem me chamar de cebola. ­­­ Então você não me chama de estranho, que eu não te chamo de cebola, ok? ­­­ Hmm… Ok ­ falei e ficamos em silêncio enquanto andávamos juntos, porém separados pelas duas linhas adjacentes que corria o trem. ­­­ Zabela? ­ suspirei. Ele, realmente, nunca esqueceria desse apelido. ­­­ Diga. ­­­ Deixa eu te chei… ­­­ Não! ­ falei e ele abaixou a cabeça, como se eu tivesse lhe negado um biscoito ou algo assim. ­­­ Ok, ZABELA ­ ele disse com ênfase e eu pisei em seu cadarço, fazendo­o ser lançado pra frente, mas sem cair. ­­­