Outono Quente - Itália

Outono Quente, 1969 – Também chamado de Maio Rastejante

O memorável “ Maio de 1968” em França, acabou por despoletar um movimento internacional que assumiu características distintas nos diferentes países mas com elevado grau de heterogeneidade nos anos seguintes.
Os acontecimentos de “Maio de 1968” exerceram uma profunda influência sobre muitos trabalhadores italianos, especialmente entre a geração mais jovem. Notou-se também um efeito radical na força de trabalho de muitas fábricas do norte da Itália. As greves e ocupações em França confirmaram a muitos trabalhadores italianos que a luta era mais eficaz quando directamente controlada por aqueles que estão envolvidos.
Nomeadamente na Itália, a contestação estudantil e operária estendeu-se de meados de 1960 até 1969. Nesta época, principalmente no Outono do ano de 1969, a Itália foi demarcada por lutas operárias, movimentos de ocupações de casas e universidades, de mobilização sindical e estudantil e de greves de trabalhadores. Esta época ficou baptizada como o “Outono Quente” ou Maio Rastejante (porque durou mais tempo do que em França). No Outono de 1969, as lutas sindicais dos trabalhadores tiveram maior destaque, devido ao aumento da mobilização sindical, que permitiu aos trabalhadores da categoria da Metalurgia, conquistar contracto de trabalho de três anos.
Neste período de reivindicação salarial, as grandes fábricas aliaram-se aos protestos estudantis que reivindicam o “Diritto allo studio” (direito à educação) para todos os estratos sociais.
O equilíbrio do poder, as técnicas de greve, a abstenção ao trabalho e estudos, as ocupações de fábricas e escolas coordenadas para uma nova consciência política e participativa permitiu que se formasse nos anos seguintes grandes conquistas sociais sendo a de maior relevo o Código do Trabalho. A pressão causada pelo acontecimento do “Outono Quente” levou a que em termos de alegações de direito de trabalho, fosse aprovada a Lei 300/1970 mais conhecida por