Os Três tipos de Dominação - Max Weber
A dominação é possível quando há indivíduos dispostos a obedecer ordens específicas, não significando, portanto, apenas a possibilidade de exercer poder sobre outras pessoas. A obediência ao senhor pode ocorrer por costume ou de modo afetivo, por motivos ideais ou ainda, por interesses materiais. Porém, esses motivos significam uma relação relativamente instável. Dessa forma, para garantir a dominação, junta-se a esses fatores a crença do povo dominado na legitimidade da dominação. A natureza da legitimidade pretendida determina o tipo de obediência e o caráter do exercício de dominação. Por isso deve-se distinguir as classes de dominação. Classificar os tipos de dominação pode ser muito difícil, pois as variações são inúmeras. Um trabalhador, por exemplo, é dominado por seu patrão em troca de um salário, caracterizando um domínio voluntário. Já a relação entre um escravo e seu senhor é uma submissão involuntária. Os chamados tipos puros de dominação legítima baseiam-se no caráter racional (crença nas instituições legais), no caráter tradicional (crença na santidade das tradições vigentes) e no caráter carismático (veneração do poder heróico ou exemplar de alguém). A dominação baseada no caráter racional é caracterizada pela justificativa da lei, isto é, obedece-se a uma ordem impessoal e objetiva, e não à pessoas do “superior”, propriamente dita. É uma dominação em virtude do conhecimento. Nesse sistema aplica-se o princípio da documentação dos processos administrativos, afim de legalizar as ações, gerando um processo de burocratização. O grau de qualificação cresce continuamente na burocracia pois o seu grande instrumento de superioridade é o conhecimento profissional. A administração burocrática pode ser a forma mais racional de exercício de dominação porque nela se alcança, pelo menos teoricamente, o máximo de rendimento do sistema. O seu desenvolvimento em todas as áreas (Estado, Igreja, exército,