Os sete saberes necessários a educação do futuro

O homem

O que é um homem? Respostas é o que não faltam na história da filosofia. Uma boa definição deve valer para todo o definido, e somente para ele.
Imaginemos que se prove a existência, nos golfinhos ou em algum extraterrestre, de uma linguagem, de uma organização política, de um pensamento, de um trabalho, etc. Isso não faria do golfinho ou do extraterrestre um homem, como tão pouco transformaria o home em cetáceo ou marciano.
Definições amplas demais, portanto, já que não valem apenas para o definido: um ser pode viver em sociedade, falar, pensar, julgar, rir, produzir seus meios de existência, sem por isso fazer parte da humanidade. Um homem continua sendo homem mesmo quando cessa de funcionar normalmente. A humanidade não se define pelo que faz ou sabe fazer. Nem a razão, nem a política, nem o riso, nem o trabalho, nem uma faculdade qualquer são características distintivas do homem. O homem não tem característica distintiva, em todo caso nenhuma característica distintiva basta para defini-lo.
Segundo Diderot, “o homem é um ser reflexivo, pensante, que passeia livremente pela superfície da terra, que parece estar à frente de todos os outros animais que ele domina, que vive em sociedade, que inventou ciências e artes, que tem uma bondade e uma maldade que lhes são próprias, que criou senhores pra si, que fez leis para si, etc.”. Esta palavra só tem significação precisa, se nos lembrar de tudo o que somos, mas o que somos não pode ser compreendido em uma definição.
A posição ereta, o polegar oponível aos outros dedos, o peso do cérebro ou a interfecundidade também têm, no seio da humanidade, suas exceções. A humanidade é, antes de mais nada, certa espécie animal. Segundo Edgar Morin, somos mamíferos, fazemos parte da “ordem dos primatas, da família dos hominídeos, do gênero homo, da espécie sapiens”. É um ser humano, todo ser nascido de outros dois seres humanos.
A humanidade é um fato antes de ser um valor, uma espécie antes de ser uma virtude. É