os satere-mawe de manaus
João Ivanez Cativo Batista1 Orange Matos Feitosa2
RESUMO
Os Sateré-Mawé, objeto desse estudo, são remanescentes da família de língua Tupi. Conhecidos como exímios agricultores, cultivadores e beneficiadores do Guaraná, com a chegada dos planos e metas para integrar a Amazônia ao restante do Brasil, os deslocamentos viriam a ser uma das saídas contra os problemas trazidos pela invasão de suas terras, deslocando-se para as cidades vizinhas às suas reservas e, na década de 70, para a cidade de Manaus em maior escala, acentuado com implantação da Zona Franca de Manaus e o Distrito Industrial. Este trabalho tem por objetivo analisar o processo de migração Sateré-Mawé das aldeias para o perímetro urbano da capital do Amazonas e verificar quais os principais motivos das migrações e quais as dificuldades ou facilidades encontradas na adaptação com o novo meio.
PALAVRAS-CHAVE: migração; cidade; cultura; indígenas Sateré-Mawé, Amazonas.
INTRODUÇÃO
Por ser a capital do Estado que conta com o maior número de indígenas, Manaus tornou-se um exemplo de concentração urbana de população indígena e miscigenada, relevante. Segundo o IBGE, em 1991, Manaus contava com 952 indígenas. A população indígena de Manaus apresenta-se de forma bastante espalhada nos vários bairros e áreas de invasão da cidade. Existem bairros de relativa concentração em algumas etnias e outros não.3 Nisso, o CIMI estima, a partir de um levantamento realizado em 1996 pela Pastoral Indigenista (2000), que a população indígena de Manaus seria de 8.500 indivíduos, visitando 143 moradias onde realizou entrevistas.4 Outras fontes de dados sobre populações indígenas em Manaus foram encontradas de forma parcial com algumas organizações