os principais acontecimentos
No final de 1517, Lutero interveio contra os abusos relacionados com a venda das indulgências, publicando 95 teses sobre o assunto e que se difundiram rapidamente, suscitando um grande movimento de cunho nacionalista, tendo como alvo principal a cúria romana. Após a disputa Lípsia ,evidenciou-se o abismo intransponível entre as duas posições a respeito da doutrina do papado e da Igreja. Assim, o movimento evangélico desencadeado ia crescendo e não podia mais ser reprimido.
Os anos 1519-1525 representaram o ponto culminante da Reforma, na medida em que o movimento evangélico suscitou também o entusiasmo popular que encontrava nas ideias luteranas a base para sustentar suas reivindicações (revolução dos cavaleiros, dos anabatistas e dos camponeses). Mas o movimento escapou das mãos do reformador e a anarquia e o caos alastraram-se pela Alemanha.
Na Dieta de Augusta, os luteranos apresentaram sua profissão de fé, que assumiu para a Igreja luterana o valor de um símbolo de fé. A Igreja católica replicou, mas a consequência de tudo foi simplesmente a constatação de que a divisão era um fato consumado. O Concílio de Trento, convocado pelo papa em 1536 e iniciado só no final de 1545, chegou tarde demais para restabelecer a unidade da Igreja.
O resultado final do movimento da Reforma não foi o restabelecimento do cristianismo das origens, mas uma de suas mais dolorosas divisões. Da única Igreja de Cristo surgiram várias Igrejas que combatiam duramente no campo confessional com a Igreja católica e entre si, provocando graves consequências ao longo desses últimos séculos. Todas as tentativas de reconciliação não tiveram êxito. Somente no séc. XX acordou, em todas as Igrejas cristãs, a consciência da pertença comum e a aspiração de todos os cristãos para formar uma autêntica fraternidade na única Igreja de Cristo.