Os Negros no Pará
Prof. Leonardo Castro
No Pará, a defesa dos indígenas pelos missionários, defendendo a liberdade dos nativos, criou as condições para a importação de escravos africanos para o Estado do Pará.
Além disto, como a região amazônica a ser explorada era imensa, seja para a agricultura ou pela coleta de produtos de origem florestal necessitava-se de um maior número de força de trabalho para a região. Desta forma a mão-de-obra na região amazônica se apresentava como uma problemática para os colonos. Em Portugal já se utilizava a mão-de-obra escrava africana há séculos: a dos negros ou a de árabes do norte da África. Desde o início da colonização do Grão-Pará houve a necessidade de resolver problemas de mão-de-obra e Portugal buscou o problema com a escravidão negra africana. Na Amazônia, o número de escravos negros não chegou a ser tão numerosos quanto em outras regiões do Brasil. Isto devia-se ao fato de que a atividade básica da região – o extrativismo florestal – exigia o conhecimento da floresta amazônica e os negros não a conheciam.
Entretanto, a sociedade colonial existente na Amazônia portuguesa, ao longo dos séculos XVII ao XIX, não se limitava a atividades coletoras e comerciais das “drogas do sertão” e do uso da mão-de-obra indígena, desta forma a mão-de-obra africana desempenhou diversas atividades na região do Grão-Pará e Maranhão. Mas foi somente com a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778), visando o estabelecimento da política pombalina de fomentar as atividades comerciais na Amazônia, que as cifras dos cativos traficados entre a África e a Amazônia portuguesa aumentam significativamente. Entretanto, isso não irá dar conta totalmente da carência por trabalhadores escravos na região.
As nações africanas que abasteceram o tráfico na região entre o século XVIII e nas primeiras décadas do XIX foram os bantos, o grupo Sudanês e nações do grupo Guineu-Sudanês, além de outras indicações étnicas