Os Limites da Corporeidade

Desde o ensino fundamental, é construída uma linha do tempo que configura os principais marcos da história até Idade Contemporânea. Na escola, sentados, muita das vezes, em cadeiras desconfortáveis decoramos períodos, táticas de guerra, números e nomes que contribuíram para a formação das sociedades atuais, não esquecendo os testes que fazemos sobre todo o conhecimento absorvido. Palavras ditas e escritas dançam em nossa mente, apertadas com inúmeros dados do dia a dia e preocupações ocasionais que o nosso corpo coleta durante seu trabalho inconscientemente limitado. Essa limitação é, normalmente, imposta pelo poder ou tradições milenares.
Cinco pessoas competem por um milhão de reais, esses passam por várias provas de resistência que prejudicam seu corpo. Em uma das provas, um deles desiste e a plateia cochicha que ele não merecia o colar e como ele era fraco. O que venceu foi ovacionado por muitos e dirigiu-se à sua casa pensando na viagem que faria com o dinheiro. Nos dias da viagem, esta mesma pessoa sofreu com as consequências das provas e não soube aproveitar o passeio acabando, assim, por descontar seu estresse nas pessoas que levou consigo, enquanto o que desistiu corria alegremente atrás de seus filhos em uma pracinha perto de sua casa.
Embora Locke defendesse que o homem deveria ser capacitado para o trabalho e para sobrevivência e, no que diz respeito ao corpo, para ele, é necessário um bom corpo, um corpo com saúde e em sintonia com o espírito para ter uma boa educação, não vimos isso em prática. Preferimos vencer, sermos reconhecidos, a cuidar do nosso corpo e, quando escolhemos o inverso, somos tachados de loucos. Essa ideologia vem, principalmente, da transição do feudalismo ao capitalismo, onde a valorização do poder ganhou vida. Isso em alguns continentes. Em outros, o que se vê é um estudo diferente sobre como utilizar do corpo, às vezes influenciado por religião, contudo isso varia de cada cultura herdada e/ou modificada.
Para Edward B.