Os fenícios

QUEM FORAM OS FENÍCIOS?
O NOME «FENÍCIO»
Em traços largos, os fenícios podem definir-se como o povo que a partir do século XII a.C., e até ser absorvido pelos impérios gregos e romanos, habitavam uma estreita faixa de terra na costa central do levante mediterrânico, aproximadamente o território actualmente designado por Líbano.
O conhecimento da existência dos fenícios não é recente. Ao contrário do que sucedeu com outras civilizações, tal como a micénica, minóica ou hitita, das quais nada se sabe da sua existência até à segunda metade ou final do século XIX, a população fenícia surge já citada num texto grego de finais do século VIII ou princípio do século VII a.C..
Com efeito, é Homero, poeta grego e autor da Ilíada e da Odisseia, quem pela primeira vez menciona uns indivíduos que denomina Phoínikes. Temos, portanto, o autor das primeiras obras literárias do mundo grego a já mencionar os protagonistas deste nosso estudo.
Ao longo de mais de 1000 anos, período que separa a obra de Homero da de, por exemplo, Eusébio de Cesareia, autor que escreve no século III d.C., aparecem repetidas vezes os termos phoinix e phoenix, segundo se tratem de textos gregos ou de textos romanos. Porém o significado do vocábulo foi variando segundo as ocasiões, de maneira que, pouco a pouco, foram tomando forma as suas características. Significa a cor «vermelho», mas também se utilizava para mencionar uns indivíduos «bárbaros», ou seja que não falavam grego (ou falavam-no incorrectamente), que praticavam o comércio no Egeu – Homero descreve-os como navegantes e artesãos -, que habitavam na costa oriental mediterrânica e que fabricavam belos tecidos tingidos a cor púrpura. Todos estes atributos eram descritivos do povo que reconhecemos como fenício.
É evidente que o termo «fenício», eleito para designar este povo do levante mediterrânico, deriva da palavra phoinix. Ora acontece que a raiz de phoinix não é semítica e, logo, não é fenícia. É grega. Os fenícios nunca se denominaram a