Os Conceitos-chave da Etnometodologia, resumo do Cap.III

Os Conceitos-chave da Etnometodologia, Capítulo III A etnometodologia possui um vocabulário particular que nem sempre é novo, pois toma empréstimo de alguns termos de outras escolas e disciplinas, como a indicialidade da linguística, a reflexividade da fenomenologia, a noção de membro de Parsons e as noções de prática ou de accountability. O que é surpreendente é que na etnometodologia existe uma grande solidariedade e complementaridade de conceitos. Veremos alguns a seguir.
1. Prática, realização A etnometodologia aborda as atividades práticas, as circunstâncias práticas e o raciocínio sociológico prático, como temas e estudo empírico. Concedendo ás atividades corriqueiras da vida cotidiana a mesma atenção que habitualmente se presta aos acontecimentos extraordinários. Assim, torna-se necessária uma volta à experiência, modificando os métodos e as técnicas de coleta de dados bem como a própria construção teórica. Os etnometodólogos trabalham efetivamente com a hipótese que os fenômenos cotidianos se deformam através da "grade da descrição científica" e assim, prezam por rejeitar as hipóteses tradicionais da sociologia sobre a realidade social. Segundo eles, os sociólogos pressupõem sistemas estáveis de normas e significados que na verdade não existem. Criando "modelos" que na verdade não passam de "realizações contínuas dos atores". Para a etnometodologia, os fatos sociais "são as realizações dos membros" e a realidade social é constantemente criada pelos atores, substituindo assim a ideia de "constância do objeto" pela de "processo". A etnometodologia se preocupa em explicar como as mudanças e as atualizações das "regras" sociais acontecem e como o mundo "racional" é fabricado.
2. Indicialidade A partir da constatação de que a vida social se constitui através da linguagem cotidiana, se desenvolve a interrogação etnometodológica sobre a linguagem. Os sociólogos se utilizam em suas pesquisas da mesma linguagem que o homem comum. Eles passam o