Os bárbaros

Os Bárbaros

Texto 01 - Os Hunos

Os Hunos são rudes no seu modo de vida, de tal maneira que não têm necessidade nem de fogo nem de comida saborosa; comem as raízes das plantas selvagens e a carne semicrua de qualquer espécie de animal.
Vestem-se com tecidos de linho ou com peles de ratos silvestres cosidas umas às outras e, uma vez enfiados numa túnica desbotada, não atiram até que se faça em tiras e caia aos pedaços.
[...] É nos seus cavalos que de dia e de noite compram e vendem, comem e bebem e, inclinados sobre o estreito pescoço do animal, descansam num sono profundo.
Ninguém entre eles lavra a terra ou toca num arado. Todos vivem sem um lugar, sem lar nem lei ou uma forma de ordem estabilizada, parecendo sempre fugitivos nas carroças onde habitam; aí as mulheres lhes tecem as horríveis vestimentas; aí elas dão à luz os seus filhos e criam as crianças até a puberdade.

Trecho da obra do historiador romano Arniano Marcelino, que viveu no século IV.

Texto 02 - Invasão dos Bárbaros na Espanha

No texto abaixo, um cronista romano chamado Idaco, que viveu no século V, descreve a situação da Espanha depois das invasões.

Os Bárbaros avançaram pela Espanha. O flagelo da peste causa igualmente grande desordem. A tirania dos cobradores pilha rendas e fortunas, escondidas nas cidades. A soldadesca as esgota. A fome campeia tão atroz que, sob o império dela, os homens devoram carne humana [...] Os animais, acostumados aos cadáveres que haviam perecido pela fome, pelo ferro, pela peste, matam mesmo homens em plena força [...] Assim, os quatro flagelos do ferro, da fome, da peste e dos animais, campeiam em toda à parte