Oralidade e Letramento

Resenha do texto “Oralidade e letramento” do livro “Da fala a escrita – atividades de retextualização” do Prof.º Luiz Antonio Marcuschi.

Durante a leitura do ensaio extraído do livro “Da fala para a escrita – atividades de retextualização” do professor Luiz Antonio Marcuschi, fica evidente a invalidação das dicotomias no que tange o assunto da oralidade e da escrita. Aborda de maneira sistemática, simples e de fácil abrangência a qualquer pessoa interessada em melhorar o conhecimento a cerca da língua e da sua utilização.
Na concepção do professor Marcuschi, por mais que a escrita tenha vindo posteriormente a origem da fala, ambos os usos estão intrinsecamente ligados um ao outro e o uso e a aplicação é o que denota as diferenças de ambas, e não devem ser vistas como dois sistemas diferentes.
A língua como fenômeno possui diversas manifestações e é variável a mudanças, assim como a oralidade e a escrita. Ambas possuem em seu cerne a vontade de expressar algo, e sua utilização é o que mostrará qual a melhor forma para se aplicar, determinada pela situação e contexto. E é a reflexão da organização da sociedade. Deparamos, porém, que culturalmente a escrita tem esse status de “prestígio social”, pois está claramente inserida na concepção de escolarização. Por outro lado, a fala pode claramente ‘entregar’ o indivíduo no aspecto estigmático.
É pela fala que percebemos quando outra pessoa é de fora do nosso eixo social, ou até mesmo de outra região. A escrita pode ser a representação da fala, mas não pode ser levada como a representação gráfica da mesma, assim como fica claro que a fala também não é algo que deva ser considerado simplificado e caótico. A intenção comunicativa é o que traduzirá a essência da oralidade e da escrita, pois uma palestra universitária devido ao seu valor semântico e oral, nas palavras do autor, poderá ser visto como tendo uma “maior semelhança com textos escritos do que numa conversação espontânea”, enquanto uma entrevista na Revista