Operação Xeque

Realizar a leitura deste livro teve um significado especial para mim. Digo isso porque estou, desde abril deste ano, em missão de desminagem humanitária na Colômbia. Trabalho diuturnamente com o Exército Nacional, acompanhando os trabalhos que aqui são desenvolvidos, ouço histórias diversas vividas no interior das selvas colombianas, as quais são contadas diretamente pelos militares, acompanho de perto o drama dos mutilados da guerra, tenho notícias do desenrolar das operações. Neste sentido, acredito que, à medida que avançava na leitura, compreendia de maneira muito fácil cada detalhe, podia imaginar através das palavras do autor um cenário que se formava em minha mente. Era possível me transportar junto com o autor de um local para outro dentro da narrativa (Bogotá, selva de Guaviare, Tolemaida). Certamente esta situação particular contribuiu sobremaneira para que o gosto por esta leitura fosse cada vez mais alimentado.
Na tentativa de seguir uma ordem cronológica de observações, creio que não poderia furtar-me de, em um primeiro momento, ressaltar a importância que os elementos de operações especiais tiveram nos momentos iniciais. Embrenhados nas selvas colombianas, apresentaram paciência, calma, conhecimento técnico e perseverança para desenvolver operações de reconhecimento. Em meio a estas, lograram encontrar os reféns que haviam perdido de vista fazia pouco tempo, e que buscavam com tanta intensidade. Sem este passo inicial acredito que todo o restante da operação não seria possível.
A partir das observações realizadas pelos elementos de operações especiais tentei vivenciar um pouco do que seria a vida dos reféns que ali se encontravam. Que situação desumana! A narrativa detalhada do dia-a-dia daquelas pessoas me fez refletir por muito tempo. Afinal de contas, somos militares e estamos sujeitos a este tipo de situação em algum momento de nossas vidas. Não é algo tão distante: basta pensar no que aconteceria se porventura houvesse uma incursão das