Opera OCondor 1

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Comissão da Verdade institui grupo para investigar Operação Condor
Considerada a maior ação de terrorismo de estado da América Latina, a Operação Condor custou a vida de um número ainda não confirmado de militantes de esquerda. Entre as vítimas brasileiras sequestradas, torturadas, mortas ou desaparecidas estão o coronel Jefferson Cardim, o jornalista Edmur Péricles, o pianista Francisco Tenório, a estudante Jane Vanini, dentre muitas outras.
Najla Passos e Rafael Santos
Brasília - Resolução da Comissão Nacional da Verdade (CNV), publicada na edição desta terça (25) do Diário Oficial da União (DOU), institui um grupo de trabalho para investigar as articulações entre os serviços de informação e contrainformação latinoamericanos. Em especial a Operação Condor, a aliança político-militar entre as ditaduras do Cone Sul, que custou a vida de um número ainda não confirmado de militantes de esquerda. Inclusive vários brasileiros que deixaram o país para escapar da repressão, mas acabaram presos ilegalmente em território estrangeiro.

Apontada como a maior operação de terrorismo de Estado já praticada na América Latina, a Condor envolveu as ditaduras de Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Brasil que, mesmo não tendo assinado a ata de fundação, participou da primeira reunião oficial do grupo, realizada em Santiago do Chile, em 1975. Antes disso, o país já articulava operações bilaterais, principalmente com o Uruguai e a Argentina, que custaram a vida de vários brasileiros e são consideradas pelos historiadores como embriões da Condor.

A mais emblemática delas foi a que resultou na prisão do coronel Jefferson Cardim de Alencar Osório, líder da primeira rebelião contra o golpe de 1964, a Guerrilha de Três Passos (RS), ocorrida um ano depois. Ele foi preso em março de 1965, na companhia de 17 guerrilheiros que estavam sob seu comando. Conseguiu fugir da prisão e se exilar no Uruguai. Entretanto, em 1971, quando tentava cruzar a fronteira com a Argentina, foi

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