Oper rio injusti ado

Operário e injustiçado.

No futebol, cada jogador é melhor em determinada função de acordo com as suas características. Se um jogador ofensivo for colocado em uma posição mais defensiva provavelmente ele vai ter uma queda significativa de rendimento. Afinal, sua principal virtude não é a marcação, e o mesmo vale para o jogador de valências defensivas escalado de forma que exija uma maior criatividade.
Por mais que o futebol moderno exija uma grande polivalência, existem atletas que só conseguem jogar bem em uma determinada função e dependendo do esquema tático ou das opções que a equipe dispõe, esse jogador pode ser escalado, desde que, limitado ao que sabe fazer. Marcio Araújo é um bom marcador, é um jogador extremamente esforçado, mas não sabe criar ou organizar jogadas. Ele é o famoso jogador-operário. Ele sabe fazer uma função específica, não é um operário, não um arquiteto ou um engenheiro.
Quando o volante é escalado para fazer o que sabe, que é marcar e correr atrás do adversário até o outro lado do mundo se for preciso, ele vai cumprir seu papel de forma exemplar. Mas quando o jogador é colocado para fazer pequenos bicos de construtor ou organizador, a “construção” do Flamengo é de fato muito comprometida. E olha que ele até tenta. Correndo (e muito) sempre pelo lado direito do campo, mas errando quase sempre as tentativas de cruzamentos, passes e finalizações. Querem colocá-lo numa função semelhante a de Luiz Antônio na Copa do Brasil 2013, mas são características diferentes de jogador.
Ficou evidente nas partidas contra Goiás e principalmente contra o Grêmio, quando o jogador “apenas” teve que marcar e pouco se preocupou com a criação o quanto ele pode ser importante se escalado de maneira correta. Márcio correu, desarmou e por ser um volante com muita velocidade foi extremamente importante, pois conseguia acompanhar os atacantes adversários nas puxadas de contra-ataque dos rivais, ou passes nas costas da linha de defesa alta da equipe rubro negra.