Ondas de calor

Aquecimento global aumenta a ocorrência de ondas de calor Estudo publicado nos Estados Unidos confirma o aumento da frequência das ondas de calor. Foto: eyevine
Uma análise estatística mostra que as coisas realmente estão esquentando.
As ondas de calor têm ocorrido com mais frequência do que no passado? Esta é a pergunta discutida por James Hansen e seus colegas em um estudo recém-publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Sua conclusão é que sim – e os dados utilizados pela equipe nem chegaram a incluir os dias quentíssimos deste último verão, que estão fervendo boa parte da América do Norte e ameaçando suas lavouras.
Hansen, presidente do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, um braço da Nasa baseado em Nova York, é inclinado a criar polêmicas a respeito do aquecimento global causado pelo homem. Em seu novo estudo, ele tentou ir além dos estudos de casos individuais ao demonstrar que o que costumava ser raro se tornou comum.
Para fazê-lo, ele e sua equipe usaram 60 anos de dados (o período de 1951 a 2011) das análises de temperatura de ar de superfície do Instituto Goddard. Tal análise divide a superfície do planeta em quadrados de 250 quilômetros de largura e registra a temperatura média em cada célula. Os pesquisadores dividiram esses dados em seis blocos, com uma década de duração cada, e compararam as propriedades estatísticas desses blocos.
Eles observaram com particular atenção os meses que compreendem o verão no Hemisfério Norte (junho, julho e agosto). Primeiro, eles estabeleceram um valor de referência para cada célula. Essa foi sua temperatura média ao longo desses três meses de 1951 a 1980. Em seguida, calcularam o tamanho do desvio da temperatura de cada célula em relação ao valor de referência da célula para diferentes verões. Feito isso, traçaram uma série de curvas, uma para cada década, que mostravam com que frequência cada valor desviante ocorria.
Conforme o estudo revela, há duas tendências. Primeiro, a