Oiola oi ola

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Minha linguagem não tem a ver com a criação de palavras ou símbolos visuais que devam ser interpretados. Ela tem a ver com o estar num diálogo contínuo com cada aspecto do meu ambiente, com o reagir fisicamente com tudo o que me cerca. Nesta parte a água nada simboliza. Estou apenas interagindo com a água enquanto a água interage comigo.
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Longe de ser despropositado, a maneira como eu me movimento é uma resposta contínua ao que está em torno de mim. Ironicamente, o jeito com que me movimento enquanto respondo a tudo em meu redor é descrito como ” estar num mundo só meu”, ao passo que se eu interagir com um conjunto muito mais limitado de respostas, e reagir apenas a uma parte bem mais limitada do meu ambiente, as pessoas afirmam que estou “me abrindo a uma interação verdadeira com o mundo”.
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Elas julgam minha existência, minha consciência e minha personalidade a partir dessa pequena e limitada parte do mundo à qual eu pareço estar reagindo. O modo pelo qual eu naturalmente penso e respondo às coisas parece tão diferente dos conceitos padrão que os outros no fim das contas não o consideram como “pensar”, mas que é sim um modo inteiramente legítimo de pensar. Contudo, o modo de pensar de pessoas como eu só é levado a sério se nós aprendemos a linguagem de vocês, não importa o quanto tenhamos pensado e interagido anteriormente.
Como vocês ouviram, eu posso cantar junto com o que está à minha volta. Mas só quando eu escrevo algo na linguagem de vocês que vocês me consideram como “estabelecendo comunicação”. Eu cheiro as coisas, ouço as coisas, sinto as coisas, provo o sabor das coisas, olho para as coisas. Mas não basta olhar, ouvir, provar, cheirar e sentir, eu devo fazer isso tudo com as coisas certas, como olhar para livros , e deixar de fazer isso com as coisas erradas; do contrário as pessoas duvidarão que eu seja um ser pensante, e uma vez que a definição delas de pensamento define para elas a definição de personalidade, elas ridiculamente duvidam que eu

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