Nova Língua Padrão

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Muitas pessoas empregam indiferentemente os termos "norma culta" e "norma padrão" como se fossem sinônimos. A situação se complica quando se fala em "padrão culto" da língua no sentido de norma, registro ou nível de linguagem. O fato é que existe um distinção entre a norma padrão e a norma culta. A primeira é a coleção de regras impostas pela gramática normativa que, salvo por alguma divergência pontual entre os gramáticos, tende a ser homogênea e consensual, até porque está codificada nas gramáticas. Já a norma culta representa o conjunto das práticas linguísticas e dos modelos de uso encontrados em textos formais, especialmente na modalidade escrita, e que, justamente por pertencerem à esfera do uso, variam de um autor para outro.

É claro que pessoas cujo ofício é escrever textos formais tendem a obedecer à norma padrão. O que nem sempre acontece. Se compararmos o que preconizam as gramáticas e o que os textos formais efetivamente apresentam, encontraremos as seguintes situações:

a) textos que seguem estritamente a gramática normativa, chegando por vezes a ser pedantes, com construções como "fá-lo", "pô-lo-ia", etc. São bastante comuns na área jurídica;

b) textos que flexibilizam as regras da norma padrão por razões estilísticas (no caso da literatura, por exemplo) ou por exigências de mercado (isto é, para atender às expectativas do público-alvo). Neste caso, muito comum na publicidade e no jornalismo, procura-se escrever de modo elegante e culto, mas evitando o pedantismo de uma observância estrita ao padrão;

c) textos que flexibilizam as regras da norma padrão por ignorância do redator: neste caso, muito frequente hoje em dia, erra-se tentando acertar, como quando se emprega a ênclise, tida como mais correta, em contextos em que o próprio padrão exige a próclise. Ou quando se usa o infinitivo pessoal quando o recomendável seria o impessoal (as pessoas preferem pecar por excesso de concordância do que por falta!).

Na prática, há uma tensão entre

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