NOSSAS FANTASIAS E O CARRO

NOSSAS FANTASIAS E O CARRO

Eis uma manifestação natural e comum em nossa convivência: “...mês que vem vou tirar a carta, já que farei 18 anos. Ufa! Até que enfim.”. Então o nosso jovem revela tamanha ansiedade para tal posse documental e daí ter a liberdade e autonomia para dirigir carros ou motos. Mas tal cena não revela diversos e profundos sentimentos do subconsciente que oferece impulsos determinantes na vida deste macho humano.
Em tempos longínquos, bem antes de Ford ter criado seu primeiro carro, creio que o cavalo era foco de tal representação, através do qual atributos como poder, autonomia, status, agilidade, vigor, virilidade, entre tantos outros eram muito expressados, como exemplo nos antigos faroestes. O ‘mocinho’ chegava na cidadela com seu cavalo pomposo e espalhava sentimentos na comunidade. Ora afrontando lideranças e também causando paixões e encantamentos. Com o carro temos tais similaridades.
Quer prova disto? Veja como exemplo a letra dos Mamonas Assassinas cantando: ‘Mina, seus cabelo é da hora, seu corpão é um violão, meu docinho de coco, tá me deixando louco. Minha Brasília amarela, tá de portas abertas, pra mode a gente se amar, pelados em Santos’.
Vamos aqui enveredando na relação carro e o macho humano, aventura esta que naturalmente possibilita inúmeros enfoques psicológicos sobre esta doce promiscuidade silenciosa que uma máquina automotiva causa de sedução, fantasia, poder e posturas. Note-se os ‘rachas’ entre veículos, com sons extremamente alto de alguns.
Assim temos diversas bi-polaridades simbólicas: cores-suores, potência-tamanho, liberdade-sensualidade, velocidade-penetração, posse-fantasias, desejos-festejos; e assim se vai longe.
Então o macho humano busca a realização de desejos e sentimentos presentes em sua vida mental, projeta-se na posse e direção do carro. Reafirmo a questão da posse, pois é um referencial de significado psico-social importante. Ao ter o seu próprio veículo, este oferece ao macho, no plano