Nikesara Luana Jesus

2969 palavras 12 páginas
A MALANDRAGEM NA OBRA DE JORGE AMADO - UMA ANÁLISE DE
CAPITÃES DA AREIA, DE 1937.
Por: Nikesara Luana de Jesus.
Orientadora: Professora Doutora Rosane Kaminski.
Palavras chave: Malandragem – Jorge Amado – Capitães da Areia.
Busca-se por meio desta pesquisa histórica entender a figura da malandragem baiana, na década de 30, menos comum que seus pares: O malandro paulista, sambista e o malandro carioca, elegante e gingado. Frutos de estudos da historiografia recente como o de Sidney
Chalhoub em Lar, Trabalho e Botequim e de Elizabeth Cancelli em A cultura do crime e da lei. Procuramos responder quem é o malandro baiano, para Jorge Amado, e se o mesmo é apenas malandro ou também bandido, cruzando o que Roberto DaMatta chama de “tênue linha entre banditismo e malandragem” 1 . A escolha de trabalharmos um romance: Capitães da
Areia, como fonte, deve-se aos pressupostos teóricos de Peter Gay e Alfred Döblin, de que todo romance é um romance histórico 2 , possuindo assim traços do real permeados pelo sensível. Para entender a figura da malandragem, nos valemos de Mikhail Bakhtin e sua idéia de polissemia, de maneira que a idéia do malandro como uma idéia força só faz sentido se buscada em sua multiplicidade, que só existe a partir do outro. As diversas visões que se tem da malandragem dependem do olhar lançado a elas. Ao agregá-las expõem-se uma tipificação da malandragem. Bronislaw Baczo permite perceber que certas imagens polissêmicas, como a do malandro, existem dentro de uma comunidade de imaginação, certas vezes, como o outro que espelha nossa identidade, sendo parte do imaginário social brasileiro. Sua figura de bandido, herói, capoeira ou amante liga-se mais do que a uma visão comum, liga-se a uma idéia que se altera de acordo com a situação social da comunidade que o enxerga, alterando-se, dessa forma, a idéia imaginada, sendo essa imagem portanto plástica, maleável e por vezes ambivalente. O pensamento social de que nos valemos advém de Roberto DaMatta, Sidney

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