New Deal America Capitalista

Nos anos 1920, os Estados Unidos vivenciaram uma era de afluência até então inimaginável: veículos eram produzidos e série, subúrbios jardinados surgiam nas cercanias das grandes cidades, novos utensílios domésticos facilitavam a vida das donas de casa... A euforia da década chegou a contaminar o próprio presidente Calvin Coolidge, que, em seu Discurso do Estado da União de 4 de dezembro de 1928, profetizou: “O país pode olhar para o presidente com satisfação e para o futuro com otimismo”. Temos aqui, uma crescente e vasta manifestação do se produzir para o consumo, e visto que a postura se coloca no bem estar e na facilidade em que tudo se apresenta, o no que eles representam. Para os formuladores do New Deal – e ao contrário do que queria Coolidge – a economia americana caracterizava – se por uma profunda concentração de renda, que tornava os trabalhadores incapazes de consumir a quantidade de bens e serviços que lhes eram crescentemente oferecidos. Segundo eles era a raiz da Grande Depressão. A alta concentração de renda levou a bolha, a bolha a quebra, e a quebra a formulação do New Deal. Que muitos concentravam capital, mas não era suficiente para consumir tudo o que era produzido pela industria. A imigração, a produção em massa de bens de consumo duráveis – com destaque para o automóvel – e a centralidade dos salários para a formação da demanda foram três dos elementos da grande transformação da economia e da sociedade americanas. A imigração e a produção em massa foram fundamentais para a generalização e a condição e a consolidação das relações de trabalho assalariadas nos Estados Unidos, mas processos paralelos, como a mecanização da agricultura, também tiveram sua importância. Com o advento da produção em massa de bens de consumo duráveis, os salários assumiam, contudo, outro papel. Se até as primeiras décadas do século XX os setores mais dinâmicos da economia americana eram ligados aos bens de capital e insumos básicos, como