Neurociencias

A entrevistada é negra, professora aposentada, enfermeira, escritora (poetisa e pesquisadora) e com uma história de vida de integração nas lutas sociais, em defesa dos direitos das minorias, especificamente das mulheres, das crianças, dos idosos e dos negros.
Nasceu na zona rural do município de Martins (com história de preconceito racial), estado do Rio Grande do Norte, tendo se deslocado para Mossoró, onde estudou e construiu sua história de vida profissional de lutas e desafios contra os preconceitos.
Chamou-nos a atenção o bombardeio de atos e fatos discriminatórios sob os quais foi submetida a entrevistada ao longo da sua vida. A mesma citou vários episódios. Mas aqui destacamos apenas dois:
a) A professora de Língua Portuguesa do Primeiro Período do seu curso na Faculdade no primeiro dia de aula disse: “Faculdade não é lugar de negro; o canto de negro é na cozinha”. De Pronto, a entrevistada disse que levantou a mão e falou:
- Professora, eis uma negra na Faculdade.
A professora respondeu:
- Não vai passar; na minha disciplina não.
A entrevistada concluiu o período em primeiro lugar da classe e ainda foi questionar a professora, dizendo que ela havia errado nas suas notas, pois a deixou ser aprovada.
b) Na sua cidade de origem, Martins, ela foi proibida de sentar na praça da Matriz, pela justiça local, pois a praça era para os brancos e não para os negros. Também, foi proibida de entrar no CLEM, pelo mesmo motivo.
Apesar disto, ao ser indagada sobre sua disponibilidade de interagir com pessoas de outras etnias a mesma respondeu não ter dificuldades de lidar com os demais grupos étnicos vez que luta pela igualdade e o livre arbítrio.
É casada com branco, mas os seus filhos se auto identificam como negros, principalmente o mais velho que é de cor branca, mas reclama porque seu pai o registrou como branco.
Segundo a entrevistada é marcante os preconceitos na população brasileira, principalmente em termos étnicos e geográficos, precisando de