Natureza e alimentação edênica no relato de viagem de Adèle ToussaintSamson (1849-1861).

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Natureza e alimentação edênica no relato de viagem de Adèle ToussaintSamson (1849-1861).
Marilia Nogueira da Silva

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Resumo: Refletindo sobre as representações européias construídas em torno da sociedade e cultura brasileira no século XIX, propomos uma análise do relato de viagem escrito pela francesa Adèle Toussaint-Samson – Uma parisiense no Brasil. São Paulo:
Capivara, 2003. 192p. – que morou na cidade do Rio de Janeiro, no período de 1849-1861 aproximadamente. Nesta perspectiva, merece atenção os discursos elaborados em torno de nossa alimentação no período, e sua relação com a natureza tropical edênica.
Palavras-chaves: Viajantes, Brasil, alimentação.

As viagens e os relatos no século XIX
Os relatos de viagem do século XIX guardam como referência os diários de bordo, organizados por portugueses e espanhóis durante as viagens marítimas do século XV, onde estes aventureiros anotavam informações técnicas sobre a viagem, sobre os lugares e as sociedades que iam descobrindo.
No contexto do século XIX, os relatos tinham um status diferenciado por serem o resultado da vivência direta do sujeito que viajava, revelando o produto de descobertas recentes, do novo e inédito, além disso deveriam ser capazes de transmitir aos que ficavam em casa as experiências e impressões dos lugares visitados.
Ao publicar suas impressões de viagens, os cronistas europeus deixavam impressos o olhar do estrangeiro, cujo patrimônio cultural anterior condicionava o modo de observar e entender o outro.
Estudos mostram que algumas questões – como a exaltação da natureza; as diferenças entre as raças (o negro e sua (com)vivência dentro da sociedade); a importância da família como centro da vida social; o lugar da mulher na sociedade – são recorrentes nos

2 relatos franceses da segunda metade do XIX

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e embora não possam ser todas discutidas

neste trabalho, aparecem também no relato da viajante aqui destacada.

A obra de Adèle Toussaint-Samson