Nascimento Morais Filho: uma releitura do clamor libertário em Esfinge do Azul e da infância em Azulejos

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Nascimento Morais Filho: uma releitura do clamor libertário em Esfinge do Azul e da infância em Azulejos
1Natércia Moraes Garrido
RESUMO: Este artigo tem por objetivo fazer uma análise literária das coletâneas poéticas Esfinge do Azul e Azulejos do autor maranhense Nascimento Morais Filho. Pretende-se identificar as temáticas recorrentes na escrita do poeta, como a liberdade e a infância, e analisá-las dentro do contexto de sua produção.
PALAVRAS-CHAVES: Literatura Maranhense. Poesia. Análise.
1 INTRODUÇÃO
O escritor maranhense José Nascimento Morais Filho, ou popularmente conhecido como Nascimento Morais Filho, é um desses autores cuja obra dificilmente se encaixa em uma única categoria. Dono de um conjunto literário e não-literário considerável, Nascimento abarcou muitas vertentes literárias e não se prendeu a nenhuma especificamente, produzindo de forma experimental poemas com toques simbolistas, outros com toques filosóficos, e ainda alguns com pinceladas românticas e saudosistas. Mas sua escrita poética nos revela sua maior característica: o tom fervoroso da luta por seus ideais e do engajamento social, pois acreditava que o poeta deveria ser o porta-voz da liberdade.
Nascido em São Luís, capital do Maranhão, em 1922, ele não poderia ter desempenhado outra função social senão a de homem engajado que foi, pois advinha de família com raízes intelectuais: era filho de outro ilustre personagem das letras maranhenses, o escritor José Nascimento Morais. E suas mães, tanto a biológica, d. Francisca Bogéa, quanto a que o perfilhou, d. Ana Augusta, eram ambas professoras e mulheres cultas. Vivendo em tal seio familiar, dificilmente se poderia pensar em ter outra dedicação na vida. Mas Nascimento tinha como profissão oficial a de fiscal de renda do Estado, a qual exerceu concomitantemente com a de escritor.
A obra de Nascimento Morais Filho é bem abrangente. Como poeta publicou Clamor da Hora Presente (1955), Azulejos (1963) e Esfinge do Azul (1972); como

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