Narrativa Acidente de Trabalho

NARRATIVA Eram três horas da tarde de um sábado qualquer. João, um morador do bairro Primavera de 52 anos, já grisalho, percebia que o movimento na avenida transformara-se em caos. Logo ali, a frente de sua casa, um trabalhdor, acabara de cair do sétimo andar do Edifício Ribas e agonizava de dor. O acidente que havia acabado de acontecer já mobilizava moradores, pedestres e motoristas que por ali passavam. João, trêmulo, ao entender que se tratava de um acidente desesperou-se. O pintor que acabara de se acidentar era seu filho. Os gritos do homem de vinte quatro anos de repente silenciaram-se. Uma ambulancia em alta velocidade chegava. João, ao prantos, deixando todos em volta confusos, sabia somente pedir perdão. Enquanto João era segurado por um homem alto e de pele clara, socorristas tentavam ressucitar Marcelo. Já era tade, João acabava de perder seu único filho. Em estado de choque e pedindo perdão, a consciência de João era assombrada por lembranças de sete horas atrás. As pessoas ali em volta comentavam que o cinto de segurança mal colocado, somado a inexperiência de Marcelo haviam causado a fatalidade. João, que na noite anterior após havia bebido descontroladamente, não encontrava-se em condições de ir ao serviço e aceitou naquela manhã de sábado que Marcelo o substituísse, já que temia perder o emprego. Prometendo que nunca mais repetiria o erro e que seria a única vez que essa substituição aconteceria, João descansou naquela manhã. Já na âmbulancia, diante do corpo do filho que era levado ao hospital para os últimos laudos, João chorava. Refletia sobre a vida e os ultimos acontecimentos. Seu único filho, a única coisa boa que acontecera em sua vida, João acabava de perder. Lembrava-se de que diante de todas as tristezas de sua vida essa era incomparavelmente a pior. Nem a infância pobre, a fome, o frio, a traição e o abandono da esposa haviam o assolado desta maneira e com razão. Aquele sábado marcara não somente a morte de Marcelo, mas como