Nada

1- A passagem do mundo fechado para o universo infinito teve inúmeras causas que são complexas e diversas. Houve progressos técnicos, surgimentos de aparelhos astronômicos, como o telescópio, que tornou possível observar acontecimentos que ate então eram inexplicáveis no contexto das cosmologias antigas. Os antigos pensamentos acreditavam na ideia de perfeição absoluta do cosmos, afirmando que ele seria eterno e imutável. Contudo, os astrônomos modernos descobriram que esse tipo de crença era errônea, simplesmente contestada pelos fatos. Portanto, a teoria sobre o cosmos muda de sentido, se o mundo não é mais um cosmos, e sim um caos, um conjunto de forças que estão em conflito permanente, o conhecimento não assume mais a forma de uma teoria em sentido próprio. Após a queda da ordem cósmica e sua substituição por uma natureza desprovida de sentido e conflituosa, não existe mais aquilo que é divino no universo ao qual o espirito humano possa se dedicar a ver e contemplar. Dessa forma, a fim de encontrar alguma coisa coerente, para o mundo no qual os homens vivem continue a ter sentido, é preciso que o próprio ser humano, neste caso o ser humano sábio, de fora, produza a ordem no universo que, a primeira vista, não oferece nenhuma. Diante disso, a nova tarefa da ciência moderna não consiste mais em contemplar de forma passiva, ver uma beleza dada, já imposta no mundo, mas sim no trabalho, na construção ativa, ou na elaboração de leis que possibilitem ao universo um sentido. Logo, ela deve ser uma atividade do espirito e não mais uma representação passiva.

2- O principio da causalidade afirma que todo efeito possui uma causa, todo fenômeno pode ser explicado de forma racional, no sentido próprio de encontrar sua razão de ser, sua explicação. Ao invés de se contentar em achar a ordem do mundo por meio da contemplação, o sábio moderno busca introduzir coerência e sentido no caos dos fenômenos naturais. Assim ele pode estabelecer ligações logicas nesses