nada

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A CASA & A RUA sempre lembrado como parte e parcela do seu patrimônio como os mitos e narrativas -, daquelas experiências que não devem ser acionadas pela memória, mas que evidentemente coexistem com as outras de modo implícito, oculto, inconscientemente, exercendo também uma forma complexa de pressão sobre todo o sistema cultural. Daí podermos falar de coisas que foram tão ruins que nós "não gostamos nem de nos lembrar delas"; e - de modo inverso - de coisas que amamos recordar e que, no caso específico de Portugal e do Brasil, "deixaram saudade!" É evidente que não se pode entrar aqui numa sociologia da saudade, que seria, rigorosamente, uma sociologia da memória e da recordação: daquelas que poderiam ou não ter reversibilidade e engendrar processos de devoção e de encantamento porque foram positivos para as instituições e para a sociedade como uma totalidade viva e sensível. Mas pode-se adiantar que uma tal investigação está em progresso e que ela nos remete, diretamente, a essas questões de espaços diferenciados, de medidas de temporalidade complementares e opostas, e - como conseqüência - a um sistema de lembranças diferentes.
Não há dúvidas de que é isso que inventa o tempo e o espaço como categorias sociológicas e não mais como conceitos filosóficos dotados de conteúdo homogêneo e único. No caso do tempo, o contraste mais abrangente talvez seja o que pode ser estabelecido entre as rotinas diárias e as situações extraordinárias, anômalas ou fora do comum, mas socialmente programadas e inventadas pela própria sociedade. Estas situações se definem pelo que usualmente chamamos de festas, cerimoniais, rituais, solenidades.
Nessas ocasiões há não só uma mudança no modo de conceber e medir a duração, como também se faz uma modificação concomitante no espaço. Realmente, se o tempo ordinário e rotineiro é medido por meio de dias, horas e minutos -
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ROBERTO DAMATTA a precisão destas unidades sendo mais do que suficiente para a convivência do

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