Mídias sociais_pontos de ponderação na pesquisa em Comunicação

EditorialnMídias sociais: pontos de ponderação na pesquisa em Comunicação
Este ano de 2013 fez emergir, com repercussão midiática pouco vista no país, uma série de passeatas, a princípio pautadas pela temática do transporte público, que na sequência fizeram emergir diversos outros tópicos – em parte, pelo embate discursivo interno aos protestos, em decorrência da adesão de indivíduos e grupos de orientação bem distinta daqueles que primeiro ergueram os cartazes e a voz.
Sem dúvida, um dos subprodutos mais interessantes dessas marchas, que afeta e desperta interesse particularmente a nós, pesquisadores em Comunicação, foi o papel das mídias sociais na cobertura dos eventos. Já não é novidade, em nosso campo, que a geração e circulação de conteúdos na rede mundial de computadores amadureceram a ponto de ganhar uma força discursiva que rivaliza com a das mídias ora ditas como “tradicionais”. São inúmeros os websites ou redes que oferecem versões complementares ou alternativas à cobertura da imprensa, ou que cobrem assuntos que, por questões econômicas ou ideológicas, dificilmente encontrariam seu lugar nela. Pode-se falar mesmo num embate com instituições tradicionais de forma mais geral, dada a possibilidade de empreitadas como o Wikileaks de oferecer informações que antes permaneciam ocultas ao público. Ao mesmo tempo, os “conglomerados de mídia” e os braços comunicacionais de instituições buscam ocupar seu espaço na rede para que seus conteúdos também circulem – como indicado no artigo de Viviane Serfaty publicado no último número.
O ponto inédito, consolidado pela presença de dois coordenadores do projeto Mídia
Ninja – Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação – no programa Roda Viva, da TV
Cultura, é que grupos que em tese estariam na periferia da comunicação social brasileira de repente se puseram muito próximos ao seu centro, ao realizar transmissões ao vivo dos protestos, nas quais assumiam o ponto de vista dos manifestantes e também