Mídia, consumo cultural e estilo de vida

10793 palavras 44 páginas
Data de recebimento do artigo: 01/03/2003
Data de aceitação do artigo: 08/05/2003

Mídia, consumo cultural e estilo de vida na pós-modernidade
João Freire Filho

– Mas, então, o que exatamente está in no momento? – pergunta JD, intrigado.
– O que está out é o que está in, JD.
– Sei... então in não está mais in...
– É exatamente isso que estou tentando dizer.
– Mas, então quais as coisas que estão out e quais as coisas que estão in?
Como a gente pode especificar?
– Se você precisa de maiores explicações para isso, meu caro, talvez você não deva fazer parte deste mundo – murmuro.
Bret Easton Ellis: Glamorama (2001)

A exemplo dos personagens do romance de Easton Ellis, mencionado na epígrafe acima, nós que fazemos parte deste mundo – a sociedade de consumo e de predomínio da mídia – experimentamos a agrura de estar, obrigatoriamente, sempre a par da cotação da bolsa de valores da moda e do mercado cultural. De uma forma ou de outra, estamos todos envolvidos no projeto de construção e manutenção de uma aparência, de uma imagem, de um estilo, ao mesmo tempo particular e socialmente desejável. Numa conjuntura histórica habitualmente conceituada como tardo moderna, neo-moderna ou pós-moderna, temos consciência de que nossas disposições corporais, a maneira como articulamos nosso discurso, nossas opções de férias e lazer, nossas preferências em termos de música, cinema, TV, roupa, comida, qualquer objeto ou expressão cultural submetido a julgamento de gosto, serão avaliados como principais indicadores de nossa personalidade, de nossa individualidade.
Não por acaso, pois, o conceito de estilo de vida vem usufruindo crescente destaque nas teorizações a respeito da configuração e da pluralização das identidades no mundo contemporâneo, efetuadas tanto no campo da sociologia como no dos estudos sobre comunicação e cultura (Bocock, 1992; Chaney, 1996, 2001;
Featherstone, 1995, 119-133; Giddens, 1991; Gronow, 1997, 161-167; Kellner, 2001;
Lury,

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