Muralismo mexicano
É durante o movimento revolucionário em oposição à ditadura de Porfírio Díaz que artistas mexicanos retomam a pintura mural, e não à toa, pois eles defendiam que a arte deveria ter alcance social, ou seja, deveria ser acessível ao povo. Daí a opção pelos murais, de caráter decorativo e/ou comemorativo, que ocupam os lugares públicos, rompendo com a pintura de telas e com os meios restritos de circulação das obras de arte, como galerias, museus e coleções particulares.
Para elaborar seus murais, os artistas se inspiraram nas antigas culturas maia e asteca, na arte popular e no folclore mexicano do período colonial - e nas contribuições das vanguardas artísticas européias, sobretudo o expressionismo. Os artistas buscavam romper com a arte acadêmica, criar uma arte original e ao mesmo tempo moderna, autenticamente mexicana.
No afresco Indústria da cana-de-açúcar, por exemplo, vemos elementos da história mexicana, como o trabalho compulsório indígena e o opressor/colonizador espanhol. Fazer murais e afrescos com o compromisso de construir uma narrativa histórica sobre o país era a preocupação dos muralistas.
Diego Rivera (1186-1957) é o pintor mural mexicano mais conhecido. Ele acredita na arte como uma forma de luta contra a opressão, um instrumento revolucionário. Rivera - juntamente com José Orozco e David Siqueiros - criou o movimento muralista mexicano. O trio afirmava: "Pintemos os muros das ruas e as paredes dos edifícios públicos, dos sindicatos, de todos os cantos onde se reúne gente que trabalha".
Expor em murais a opressão do colonizador espanhol, da ditadura porfirista e da exploração capitalista norte-americana no México era a forma encontrada pelos muralistas para chamar a atenção do povo para esses problemas. Também pintavam murais, como o ciclo da História do México (Diego Rivera, 1930-32, Palácio Nacional), nos quais o povo mexicano é enaltecido, desde suas origens indígenas até a época