Mr89 Luiz Geron

6081 palavras 25 páginas
Megalomania: um caso de amor a si mesmo.
Luiz Roberto de Oliveira Geron

Esse artigo tem por finalidade colocar em discussão a questão da megalomania na clínica. Utilizamos para esse fim um fragmento de um caso clínico atendido no âmbito da clínica particular.
Nossa questão principal estará circunscrita a apresentação do argumento de que a megalomania é um sintoma presente na melancolia e na paranóia. Observando que a gênese da megalomania, para Freud, é proveniente da ampliação do Eu e decorre da retirada da libido dos objetos externos, e do retorno desta ao Eu constituindo, assim, um narcisismo secundário. Como consequência disso teremos, na prática clínica, mais um obstáculo para o estabelecimento da transferência e para a direção adequada do tratamento. A megalomania é, portanto um sintoma que pode enganar o clínico levando-o a erros diagnósticos e de tratamento.

Palavras-chave: Megalomania, psicanálise, paranóia e melancolia.
Megalomania: um caso de amor a si mesmo.

Introdução
Para pensarmos a questão da megalomania na clínica é importante iniciarmos exatamente pelo caso clínico. No caso que utilizamos para esse fim poderemos observar que a megalomania não está circunscrita a um único tipo de afecção. Pensamos que na observação atenta dos sintomas na clínica, e também fora dela na situação de pesquisa acadêmica, devemos nos atentar para a história de vida do paciente e não nos determos simplesmente às crises, onde as evidências da megalomania são muito maiores. Durante a vida do paciente é possível observar os indícios de uma supervalorização exagerada do Eu.
Para estudarmos a megalomania nos apoiaremos nos textos freudianos.
Para Freud a megalomania pode engendrar uma paranóia. A megalomania é para Freud: “[...] a conseqüência imediata da ampliação do Eu por toda a quantidade de energia libidinal retirada do objetos [...]. E além disso essa libido que retornou não será lançada a novas ligações objetais e ficará a disposição do Eu, engrandecendo-o e

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