Modernismo em Portugal
MODERNISMO EM PORTUGAL
Enquanto Europa fora despontava o século XX, as vanguardas irrompiam com novas soluções pictóricas, Portugal permanecia acomodado aos padrões estéticos herdados da centúria anterior.
Em Portugal continuava a vigorar a corrente naturalista, esta pintura académica obedecia a regras criteriosamente aprendidas nas academias de Belas-Artes e satisfaziam as cenas dos costumes e as minúcias realistas da vida popular.
Registe-se que o novo poder político, nacionalista e eleitoralista, apreciava e acarinhava as velhas tendências culturais. Porém, seria a própria República a proporcionar os primeiros sinais de mudança. A agitação política fomentou o debate ideológico, o livre exame e a crítica.
O primeiro modernismo (1911-1918)
Na pintura, o primeiro modernismo ficou ligado a um conjunto de exposições livres, independentes e humoristas. Nelas encontramos artistas como Almada Negreiros, Cristiano Cruz, Stuart Carvalhais e Manuel Bentes.
Os desenhos apresentados, muitos deles caricaturas, perseguiam objetivos de sátira politica, social e até anticlerical. Entre enquadramentos boémios e urbanos, praticava-se a estilização formal dos motivos, esbatia-se a perspectiva e usavam-se cores claras e contratantes.
Este modernismo sofreu um impulso notável com a inclusão da primeira Guerra Mundial, a quando do regresso de prestigiados artistas de Paris. Destes regressos resultou a formação de dois polos ativos e inovadores: um em Lisboa, liderado por Almada Negreiros e Santa-Rita a que se juntaram Fernando Pessoa e Mário Sá-Carneiro, fazendo nascer a revista Orpheu; outro polo situou-se no Porto em torno do casal Delaunay, de Eduardo Viana e Amadeo.
Com a publicação de Orpheu (apenas com dois números lançados em 1915), o modernismo português revelou a sua faceta mais polémica e emblemática: a do futurismo. Os jovens de Orpheu deixaram o país escandalizado, proponham-se a um corte radical com o passado, denunciado a