mito fundador

1155 palavras 5 páginas
“O mito fundador”, a autora se aprofunda na construção histórica “Brasil”. O “Brasil” não estava à espera de Cabral, não foi uma descoberta: trata-se antes de uma invenção histórica e uma construção cultural, instituído como colônia portuguesa e inventado como “terra abençoada por Deus”. As grandes navegações, além de constitutivas do capitalismo mercantil, são, simbolicamente, um alargamento de fronteiras do visível e um deslocamento das fronteiras do invisível, não trazendo apenas novas mercadorias, mas também novos semióforos. O próprio nome “Brasil” é indicativo disso: Braaz (fenícios) ou Hy Brazil (irlandeses) era o nome que designava as Ilhas Afortunadas ou Ilhas Bem-aventuradas, um mito poderoso descrito em escritos medievais sobre um lugar abençoado, a oeste do mundo conhecido, no qual reina primavera e juventude eternas e onde os homens e animais convivem em paz. O que os portugueses “acharam” foi o seu paraíso na Terra, conforme suas próprias crenças, ocidentais e cristianizadas. Nem a escravidão foi capaz de macular essa imagem de paraíso terrestre, já que justificada segundo as teorias do direito objetivo e subjetivo e pela superioridade e o poder civilizatório dos europeus.

A produção do mito fundador tem relação muito importante com a História teológica ou providencialista, e o Brasil é explicado em muitos momentos segundo essa lógica. Assim também ocorre com a sagração do governante, desde a origem da criação Brasil em um sistema capitalista mercantil, que é simultaneamente Estado absolutista. O rei representa Deus e não os governados; essa mesma concepção aparece na política brasileira hoje, já que os representantes, embora eleitos, não são percebidos pelos representados como seus representantes, mas sim como representantes do Estado frente ao povo, que se dirige aos representantes para solicitar favores ou obter privilégios. O poder é visto como algo mítico, gerando uma sociedade altamente hierarquizada e verticalizada.

A divisão natural

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