Metodologia da língua portuguesa
A apropriação da linguagem escrita, na perspectiva das práticas sociais letradas, vem sendo estudada como uma aprendizagem conceitual de grande complexidade. O trabalho pedagógico realizado nas classes de alfabetização, em geral, não se tem mostrado suficiente para formar leitores e escritores proficientes. As crianças aprendem a decodificar letras em sons, no caso da leitura, e a codificar sons em letras no caso da escrita, sem, no entanto produzir sentido nessas atividades. Assim, não conseguem dar conta da leitura e da produção de textos socialmente legitimados. Tradicionalmente, o ato de alfabetizar tem sido orientado pela escolha de um método, em que há uma seqüência de passos a serem seguidos. Esses métodos são regulados pela escolha de uma unidade lingüística básica, que pode ser o fonema, a sílaba, a palavra, guiada por um critério de gradação de fonemas e de padrão silábico.
“O grande desafio do professor de língua portuguesa é ensinar uma língua já conhecida e denominada por seus alunos”. (GOMES 2007, pg. 40) Língua materna (ou língua nativa) é a primeira língua que uma criança aprende. A expressão língua materna provém do costume em que as mães eram as únicas a educar seus filhos na primeira infância, fazendo com que a língua da mãe seja a primeira a ser assimilada pela criança, condicionando seu aparelho fonador àquele sistema lingüístico. A aquisição da língua materna ocorre em várias fases. Inicialmente, a criança registra literalmente os fonemas e as entonações da língua, sem ainda ser capaz de os reproduzir. Em seguida, começa a produzir sons e entonações até que seu aparelho fonador permita-lhe a articular palavras e organizar frases, assimilando contemporaneamente o léxico. A sintaxe e a gramática são integradas paulatinamente dentro deste processo de aprendizagem.
Entendendo-o na perspectiva da linguagem ser uma herança biológica do ser humano, capaz de adquiri-la e desenvolvê-la através das suas