Meio Ambiente Social

PARA UMA TEORIA SOCIAL DA COMUNICAÇÃO DE MASSA Neste texto, Thompson faz uma análise sobre a organização institucional da comunicação de massa, apresentando algumas explicações e justificativas, concebidas a partir do século XIX, sobre o seu papel na vida social e política de uma nação. Seu objetivo é definir se estas teorias são ainda válidas para as circunstâncias de hoje, ou se tornaram-se obsoletas em virtude das novas problemáticas surgidas no final do século XX. O primeiro alvo trata-se da tradicional teoria da livre imprensa, que ainda hoje influencia os debates contemporâneos sobre o papel político da comunicação de massa nas sociedades modernas. Escrita no começo do séc. XIX pelos primeiros pensadores liberais ingleses, como Jeremy Bentham, James Mill e John Stuart Mill, que a influenciaram profundamente com o então novo pensamento democrático liberal, essa primeira luta por uma imprensa livre foi, essencialmente, uma luta contra o controle do estado, que exercia o seu poder através de altos impostos sobre impressão - “taxa sobre o conhecimento” -, subsídios e através da censura aberta. Surgia então a proposta de uma imprensa atuando como um fiscal crítico independente dos poderes e atuações do estado - “Quarto Poder da Nação”.
Este novo conceito foi ganhando a adesão dos governos ao poucos, que foram cedendo às pressões da sociedade e extinguindo a censura e os impostos ao longo dos séculos. O conhecimento político e legal da liberdade de expressão passou a ser uma característica fundamental de muitos países ocidentais como um símbolo heróico das lutas e conquistas seculares pela democracia liberal nestes países. Ainda hoje o princípio da livre expressão mantém o seu caráter radical e incontestável, comum aos seus primeiros defensores. Porém, a realidade atual é totalmente diferente daquela vivenciada por estes homens. A natureza e a organização das indústrias da mídia mudaram enormemente neste meio tempo e não é mais conveniente aplicar estes antigos e