Material de apoio
Geralmente as crianças já sabem contar quando chegam à escola, e a grande maioria dos professores apenas realiza exercícios de escrita dos numerais e de correspondência entre eles e conjuntos. No entanto, contar de memória é diferente de contar com significado, o que exige uma estrutura lógico-matemática construída pela criança.
A criança não constrói o número fora do contexto geral do pensamento do seu cotidiano. Para Piaget, os conceitos lógicos precedem os numéricos. O conceito de número baseia-se na formação e sistematização da mente em duas operações: classificação e seriação.
A simples observação de classificações ou seriações prontas não é suficiente para a criança. Cabe ao professor oportunizar desde a educação infantil situações variadas que permitam ao aluno elaborar estes processos. Para Kamii, o ensino do número deveria encorajar a criança a colocar todos os tipos de coisas em todas as espécies de relações.
Segundo Rangel, é somente agindo intensamente sobre os objetos em atividades como quantificar coleções significativas para ela que a criança poderá ir progressivamente construindo a estrutura do número que é a base para todo o conhecimento lógico-matemático.
Nestas atividades cotidianas o que fará a diferença será a intervenção do professor ou a sua intencionalidade pedagógica. Para isto, ele deve conhecer a maneira de pensar da criança a fim de fazer intervenções adequadas que possibilitem a elas confrontarem suas hipóteses, desequilibrando-se cognitivamente, e a partir de sua ação sobre o objeto possam estabelecer conexões entre o que sabem e o novo, construindo assim um novo conhecimento, e aos poucos possam ir conquistando a tão desejada autonomia intelectual.
Segundo Piaget, os adultos estimulam o desenvolvimento da autonomia intelectual da criança quando intercambiam pontos de vista com as crianças, ou seja, a interação entre professor e aluno é fundamental.
Segundo Marincek o papel do