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3014 palavras 13 páginas
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA E SUBCIDADANIA

Lucas Nunes Ogliari - PUCRS
Resumo: O presente artigo discute a possibilidade de compreender a Educação Matemática como agente na constituição de cidadãos de direito no âmbito da integração no mercado de trabalho e da tomada de decisões na sociedade. Para desenvolver tal compreensão foi estabelecido um diálogo entre Educação Matemática, a partir do livro Educação Matemática Crítica: a questão da democracia, de Ole Skovsmose, e os estudos desenvolvidos por Jessé Souza a cerca dos aspectos socioculturais da cidadania, presente no texto
(Não)reconhecimento e subcidadania, ou o que é “ser gente”?. A discussão está problematizada em um mesmo campo teórico, uma vez que os autores que sustentam as conjecturas estabelecidas fundamentam-se na teoria crítica. No desenvolvimento do texto a Educação Matemática é tomada com objeto de discussão no que tange, principalmente, à sua finalidade e seu reflexo na formação de sujeitos de direito na sociedade, tendo como tema problematizador a questão do reconhecimento social. O artigo traz, também, alguns excertos de uma pesquisa realizada com alunos do Ensino Médio acerca de suas perspectivas em relação à matemática para o trabalho e seu futuro com cidadãos.
Palavras-chave: Educação Matemática Crítica – Subcidadania – Sociedade.

Introdução

A base da teoria desenvolvida por Ole Skovsmose, Educação Matemática Crítica
(EMC), permite certa interação com a Educação Crítica (EC), fundamentado na Teoria
Crítica da Escola de Frankfurt. Skovsmose (2001, p. 15) afirma que “a EC tem várias fontes de inspiração [e que ] existe uma forte associação com o entendimento de humanismo e sociedade de Karl Marx, especialmente como exposto pela escola de Frankfurt (ou teoria crítica)”, atualmente representada por Axel Honneth. Os estudos desenvolvidos por Ole
Skovsmose remetem a uma perspectiva esclarecedora a respeito da relação entre Educação
Matemática e as dimensões sociopolíticas

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