Manual de Biossegurança
Durante uma intervenção cirúrgica, todas as manobras realizadas pelo cirurgião e sua equipe agridem, diretamente, os tecidos vivos envolvidos. Esta agressão tem intensidade variável de acordo com a extensão da cirurgia e gravidade. Os traumas, que se iniciam na incisão, quebram a descontinuidade dos tecidos, rompendo a proteção natural do epitélio e acabam favorecendo a invasão de microorganismos. Estes podem estar presentes normalmente no local da ferida cirúrgica ou serem transmitidos pelos instrumentos e/ou materiais usados, e por toda a equipe. Com isso, infecções ou complicações mais difíceis poderão surgir e assumirem, até mesmo, proporções perigosas como bacteremias e septicemias.
Assim, a fim de evitar esses tipos de complicações, faz-se necessário o cuidado e preparo de todos os instrumentais e/ou materiais, campo operatório, bem como, do operador e equipe, e do próprio paciente, impedindo assim, a propagação dos agentes microbianos através das técnicas de biossegurança.
E o que vem a ser Biossegurança?
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços; riscos que podem comprometer a saúde do homem, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
ORGANISMOS PATOGÊNICOS CONTAMINANTES
A grande maioria dos microorganismos considerados patogênicos fazem parte normalmente da flora bacteriana do homem. No entanto, devido ao ato cirúrgico e as conseqüências que ele proporciona, os germes passam a estabelecer outro tipo de relação com o hospedeiro.
As associações entre dois seres vivos podem ser de vários tipos. No parasitismo, por exemplo, apenas um ser tira proveito e causa danos ao outro. Quando esse benefício, por parte de um dos organismos, não causa danos, pode-se dizer que se trata do Saprofitismo ou Comensalismo.