Manguebeat por Necessidade, Manguebeat por uma Questão de Classe
Núcleo Livre – História e Música Popular Brasileira
Prof.: Maria Amélia Nasser Augustus Najar
Tema 5: Manguebeat e a regionalização da cultura musical no Brasil
Manguebeat por Necessidade, Manguebeat por uma Questão de Classe O movimento Manguebeat nasceu em Recife no início da década de 90 e foi criado por necessidade extrema, devido a situação de estagnação cultural e econômica vivida nessa época. Embora muitos intelectuais defendam a ideia de que o Manguebeat não nasceu com caráter político – que seria mais uma brincadeira entre jovens músicos de Recife, procurando espaço no mercado musical –, as letras politizadas e polêmicas, os arranjos complexos, as fusões musicais e culturais causaram uma revolução na cidade. Sendo assim, pode-se questionar a argumentação de que o Manguebeat não era desprovido de intenção subversiva. Para alguns indivíduos como DJ Dolores, a priori o Manguebeat não era um movimento per se. Era uma só uma desculpa para juntar amigos e fazer música. Entretanto para Chico Science e Fred Zero Quatro não era bem assim, tendo em vista que eles criaram uma “cooperativa cultural” para poder divulgar o trabalho e as ideias. O movimento tem como símbolo uma antena enfiada na lama. A metáfora significa a necessidade de conectar o mangue com as ideias e conceitos pop. Um hibridismo: a cultura do Mangue com a cultura pop globalizada. E o Manguebeat obteve sucesso total no caso de CSNZ, pois funde maracatu com metal, funde instrumentos de percussão de origem africana que faz parte da tradição cultural pernambucana com guitarra e baixo, tocados no estilo europeu/americano. Mundo Livre S/A, banda de Fred 04, tem metal com batuque e até mesmo o cavaquinho. O Manguebeat ganhou um manifesto em 1992, escrito por Fred 04 e foi intitulado “Caranguejos com Cérebro”. O manifesto explica o conceito de mangue como ecossistema de enorme biodiversidade, explica o conceito da Manguetown, que é a