Mamiferos
Um dos mais curiosos animais do mundo, o ornitorrinco é um mamífero que põe ovos, tem focinho em forma de bico de pato e patas palmadas, que usa para nadar.
Único membro da família dos ornitorrinquídeos, o ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) pertence à ordem dos monotremados, que inclui ainda as eqüidnas ou tamanduás-espinhentos da Austrália e da Nova Guiné. Protegido por lei, vive em lagos e rios do leste da Austrália e na Tasmânia.
Os monotremados são os mamíferos mais arcaicos que existem: reproduzem-se por ovos, possuem uma cloaca pela qual desembocam os condutos urogenitais e o intestino, e glândulas mamárias sem mamilos. O leite brota por uma série de poros e escorre pelos pêlos da barriga para chegar aos filhotes. Em cada postura, a fêmea põe dois ovos, cuja incubação leva cerca de dez dias. O desmame ocorre quatro meses depois.
O ornitorrinco, de corpo atarracado, mede cerca de sessenta centímetros de comprimento, incluída a cauda, que lembra a do castor. O pêlo, macio e denso, é pardo-escuro nas partes superiores e amarelado ou esbranquiçado por baixo. O focinho, apesar de parecer um bico, não dispõe de revestimento córneo. Os dedos, quer nos membros anteriores, quer nos posteriores, são ligados por membranas, como adaptação à vida aquática. Os olhos, miúdos, situam-se bem perto dos cantos da boca, e as fossas nasais abrem-se na parte anterior do focinho. O macho tem nas patas traseiras um esporão ligado a uma glândula que produz veneno, que secreta nas disputas de caráter sexual.
Vivendo aos casais ou solitário, o ornitorrinco usa o largo focinho para procurar alimentos na lama. Consome por dia uma quantidade quase equivalente à do próprio peso de crustáceos, moluscos, minhocas e girinos. Nas margens dos rios e lagos, constrói tocas de dois tipos, umas ocupadas habitualmente por machos e fêmeas, outras nas quais uma só fêmea se abriga, na época de reprodução, para pôr e chocar os ovos. É difícil manter ornitorrincos em cativeiro,